quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Jorge Luiz Tacqes


  


Meu nome é Jorge Luiz Cunha ( Jorge Tacqes Tacques) mas adoro ser chamado de Jorge Tacques. Porque Tacque é o sobrenome de meu falecido pai, a quem amei e amo. Comecei a sentir meu primeiro sintomas há 11 anos atrás, sem saber que era Ataxia Machado Joseph. O primeiro sintoma foi um caminhar como se houvesse bebido. até que um dia, indo para o serviço, alguém me gritou de um carro:- Larga desta bebida que ela vai te matar, tio!!! Vocês não imaginam como aquilo me machucou, me feriu. 

Foi quando procurei ajuda médica. E fiz tudo sozinho. O primeiro médico que fui me falou: - Você tem labirintite. Fiquei 1 ano me tratando para labirintite. e nada dos sintomas passarem. Procurei um outro médico, Dr Neemios Ramos, que me examinou por horas. No final da consulta, ele me falou: - Jorge, vou te encaminhar para um neurologista em Porto Alegre, no hospital da PUC, Doutor Andre Palmim. Isto aconteceu no ano de 2005. Quandoi começo minha luta para fazer uma ressonância magnética da cabeça. Na época, custou cerca deR$600,00.Mas, com a graça de Deus, depois de muito suplicar para um e para outro, depois de quase um ano consegui fazer minha ressonância pelo SUS. Doutor Palmim me encaminhou para o Hospital das Clínicas, queé um hospital de referência. Lá, fiz um coleta de sangue, que foi mandado para Portugal. Depois de 6 meses, veio o resultado. No dia 16 de agosto de 2006, dando conta que eu era portador de Machado Joseph. Mas, confesso a vocês, eu pensava que tinha uma doença corriqueira, que em pouco tempo estaria bom. Nem os médicos sabiam explicar que era isso. Aos poucos, comecei a sentir os sintomas desta maldita doença. Comecei depois de alguns anos a usar bengala. Depois de alguns anos, fui para o andador. Agora, há 3 anos, definitivamente para a cadeira de rodas. Gente, contar tudo isto parece fácil, mas dói, e como dói. Estou chorando. Perdi tanta coisa. Perdi esposa, filhos. . Foram anos e anos sob perícia médica. Pensar que você jogava bola. andava de bicicleta. corria na rua para mander sua forma física... e agora, sentado em uma cadeira de rodas, saabendo que cada dia, cada semana, cada ano, você fica pior... Porque nossa doença é progressiva. Sou aposentado, mas cada ano vejo meu salário para o ralo. Os políticos deveriam dar aumento real a quem fosse aposentado por invalidez. Quando vamos ter alguém por nós? Moro sozinho, e não por vontade própria.

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