segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Leci Oliveira Fiuza

Sou Leci Oliveira Fiuza, de cruz alta Rs. Tenho 57 anos e tenho ataxia.
Meus primeiros simtomas apareceram com 47, mas faz uns 4 anos q perdi bem o equilíbrio, minha voz está diferente.
Não  sou cadeirante, mas agora estou usando andador para ficar mais independente
Herdei a DMJ da família da minha mãe. Somos em 4 filhos, apenas 1 não teve.

Até meus 50 não parava em casa, saía sempre pra dançar, coisa que hoje não faço mais.
Tenho uma filha maravilhosa que me ajuda em tudo.Só quero falar pras pessoas que estão com ataxia: com a ajuda de alguém podemos fazer muitas coisas, por isso não deixem de fazer. Faço pilates, fono e vou no psiquiatra.
Olha eu fui até a praia e com a ajuda da minha empregada brinquei até na água.
Por isso digo,JUNTOS VENCEREMOS. 








quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Aniversário da cadeira

02.02.2009, como esquecer o aniversário de uma coisa que se ama?  Sim, essa data acordei mais cedo arrumei e fui pra faculdade, primeiro dia da faculdade e com ela a chance de outra vida, com a mais nova companheira , o que tinha certeza que me limitaria me fez conhecer o mundo de um jeito que sem ela seria impossível, me fez dar valor  às pernas mesmo sem andar. E e sentir dor no braço de tanto andar . Penso nos que reclamam de tudo. Geralmente pessoas que têm tudo.
Aquele dia não tem como esquecer. A nova sensação de vento balançando cabelo. Passar no quebra - molas...  que delícia.
Chegar na porta da faculdade, e pensar : "hoje é primeiro dia de aula eu não vou entrar , amanhã eu volto. Quando penso que não entrarei,  o porteiro da faculdade aproxima e diz: "Entra moça". Entrei pensando o que estariam pensando de mim. Levantei a cabeça, e fui com sorriso de orelha a orelha, o coração em pedaços. De volta pra casa, um carro passa e mexe comigo, parece que foi combinado .  Percebi que o fato de estar na cadeira só facilitava minha vida. A cadeira de rodas não me fez menos que ninguém. Ao contrário ,  me fez mais. Senti a liberdade nunca vivida antes, aprender que tudo tem seu lado bom, inclusive ser cadeirante. 
Quando vejo alguém andar com dificuldade na rua, penso: "Se soubessem a maravilha que é a cadeira de rodas, nunca mais andariam assim na rua. Se eu soubesse os tombos que poderia ter evitado, tinha começado a usar bem antes. Ao mesmo tempo, eu penso : será que eu teria tantos problemas com a saúde ? São questões que nunca saberei dizer. 
N foi fácil, eu levei meses pra assistir aula sentada na minha cadeira , não sei o motivo mas acho que por negação lembro que parava a cadeira perto da carteira levantava e sentava na carteira . 
Tudo tem seu tempo né?  Respeito o meu 
Não arrependo dessa escolha.  Faria tudo outra vez . Feliz aniversário, Cadeira. .. anos juntas. Obrigada