terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Ana Patrícia


Meu nome é Ana Patrícia, sou atáxica, faço parte do grupo Ataxia Juntos Venceremos do whatsapp. 
Aos 34 anos, tive a tonturas, era fisioterapeuta no auge da carreira. 
Comecei a sentir os primeiros sintomas naquela época, e até hoje, oito anos depois, pacientes ligam atrás de mim. 
Choro até hoje por não poder exercer minha profissão. 
Tenho 42 anos, não casei, nem tive filhos e tampouco namoro.
Fiquei muito triste quando a médica me deu o diagnóstico. Andei de bengala de quatro apoios, morria de vergonha. 



Certa vez, fui ao banco renegociar uma dívida, e os gerentes pegaram os telefones, me olhavam, falavam e riam, e não fizeram a negociação para mim.
Recebi o diagnóstico sem preparo nenhum da Rede Sarah. 


Minha mãe também é portadora. 
Minha avó morreu sem diagnóstico, assim como a bisavó dela.
No trabalho, decidiram me aposentar quando, no dia do meu aniversário, 17 de abril, caí no refeitório tomando café. Caí, puxei uma mesa de granito caiu em cima de mim, quebrou, e quase caio em cima de um paciente. Por conta deste episódio, a direção da clínica me chamou e me convenceu a ir pro INSS. 

Eu me aposentei em julho deste ano. 
Minha fala ficou muito diferente, enrolada. Atualmente, ando de cadeira de rodas, quase não saio pois minha casa é muito alta e a rampa é muito escorregadia. 
Minha mãe também usa cadeira de rodas, e já usou andador. 
Caía muito. Eu tive muito medo.

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