quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Carlos Amaral Falso tratamento


ATAXIA. AÇÃO JUDICIAL PARA QUEM FEZ O TRATAMENTO COM O FALSO MÉDICO CARLOS AMARAL E PRETENDE REAVER SEU DINHEIRO DE VOLTA
Prezados(as) amigos(as)!
Me chamo Julio Cesar. Eu e meus irmãos somos portadores de Ataxia. Meu irmão Ederon, realizou o tratamento do Carlos Amaral e assim como vários outros portadores, não obteve melhora alguma.
Posteriormente, publiquei dois vídeos dando a minha opinião sobre o tratamento. Em seguida, recebi um telefonema da Record se interessando pela matéria e querendo fazer uma reportagem, denunciando o tratamento, como de fato o fez.
Quem não teve a oportunidade de assisti-lá, pode vê-la através do link
http://noticias.r7.com/…/terapeuta-e-denunciado-por-fazer-t…
Meu irmão Ederon, foi um dos entrevistados. Ele é advogado, milita na área do direito há 30 anos, mas devido a doença, está com enorme dificuldade para se locomover, bem como digitar no computador.
Estou organizando uma lista de pessoas interessadas em ajuizar uma ação, a fim de reaver o gasto obtido com o tratamento ineficaz, cumulada com pedido de dano moral, possível formação de quadrilha, exercício ilegal da profssão, falsidade ideológica, sonegação de impostos, entre outros crimes...
Estou em contato com dois advogados que militam em São Paulo, Dr.Newton e a Dra.Joana, ambos indicados por pessoas do grupo.
Conversei com eles e solicitei que me enviassem uma proposta, informando qual seria a estratégia.
Seria uma ação coletiva?
Como seriam ouvidas as testemunhas e autores da ação?
Haveria algum custo para o ingresso da ação?
Enfim, dados que pudessem nos subsidiar para que possamos decidir a respeito do que fazer.
Muitas pessoas efetuaram o pagamento parcelado no cartão de crédito ou com cheques pré-datados.
Objetivamos ao ingressar com a ação, pedir tutela antecipada, a fim de cancelar os referidos pagamentos, evitando que o prejuízo seja ainda maior.
Estou organizando uma listagem, contendo o nome dos interessados em reaver as importâncias gastas. Para isso, preciso que me enviem para meu whatsapp (51) 984026054 ou e-mail: cesar@guarida.com.br , as seguintes informações:
Seu tratamento foi realizado na Clinica Climedim ou foi no próprio consultório do Carlos Amaral, em Santos?
O tratamento TCR foi executado pela Dra. Adriana?
Alguém do grupo vem sofrendo ameaças ou coações para depor ou postar vídeos informando que teve melhoras após o tratamento?
Tem algum registro disso?
Tem alguém que está pagando parcelado no cartão de Crédito ou por cheque pré-datado?
Em algum momento do tratamento o Carlos Amaral lhe coagiu ou faltou com o respeito, lhe humilhando?
Tens recibo do valor pago? Que tipo?
Assim que concluir a listagem e ter mais informações, entrarei em contato.
Abraço!
Julio Cesar
cesar@guarida.com.br
Fone: (51) 984026054


Facebook: https://www.facebook.com/carlos.corterealeamaral?ref=ts&fref=ts
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terça-feira, 9 de agosto de 2016

Fábio

Meu nome é Fabio, tenho 32 anos. Tenho uma ataxia cerebelar, mas sem diagnóstico, já fiz inúmeros exames e tratamento. Meus sintomas começaram aos meus 17 anos, como falta de equilíbrio para andar de bicicleta, mas achava que era falta de treino. Mais tarde comecei a me sentir fraco para correr, também achei que era falta de treino  levei as dificuldades até meus 23 anos quando senti dificuldades para andar e isso não era falta de treino kkk.
Procurei um ortopedista de inicio, mas ele logo falou que era neurológico. desde então investigo e tento tratar, com medicamentos e fisioterapia. Há três anos atrás comecei a andar de cadeira de rodas e hoje estou treinando para usar um andador.

Como antes eu já era apaixonado por esportes, hoje estou cursando o segundo ano de educação física, e é isso meu melhor remédio: exercícios, principalmente musculação. É assim que me mantenho bem, como praticante e futuro profissional. É o que eu recomendo a todos, exercícios físicos.

domingo, 3 de julho de 2016

Balada do louco

"Minha vida tem muita músicas, toda minha vida tem uma música que me marca muito , não seria diferente com essa. 
Sexta fui à um show com um a que me fez lembrar de uma música que me ajudou muito na fase que eu escolhi viver na cadeira, eu falo que o segundo semestre de 2008 foi o mais torturante da minha vida , eu escolhi usar cadeira por falta de opção , como era um universo desconhecido tinha muito preconceito eu via na cadeira um atestado de óbito. 
No entanto, pensei em fazer festa pra despedida dos amigos, pra mim mesmo ela me afastaria do mundo. Eu lembro de uma paixão que eu não contei pra mim era o homem mais lindo e como falar que eu ia usar cadeira de rodas? 
Não falava do assunto com ninguém , com ele era pior, toda vez que pensava como se a vida fosse acabar na festa de casamento da minha irmã, novembro de 2008 comuniquei aos meus amigos e primos, para os mais próximos. "Fevereiro vou entrar pra faculdade e pra isso preciso de uma cadeira de rodas", lembro que chorei muito. E como se a culpa fosse da faculdade, minha maior tristeza era não vou ver o "Samu" mais, nem beijar na boca. Quem vai querer beijar uma e justamente aí a minha amiga me mostrou essa música, Débora Duarte, ela nem sabe que me ajudou com a música "Mais louco é quem me diz que não é feliz."


quarta-feira, 25 de maio de 2016

ABAHE. Formulário

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Formulário ABAHE
Formulário ABAHE. Para o Cadastramento na ABAHE é necessário que as perguntas, abaixo, sejam respondidas. Após o preencimento das informações podem me enviar os dados que eu providencio o cadastro. As Respostas obrigatórias são as que têm o asterisco, sem elas não poderei concluir o Cadastramento. As demais respostas são importantes, também, para um melhor conhecimento do desenvolvimento da doença.
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Entre com os dados para realizar o cadastro: ( * preenchimento obrigatório)
Nome: (Não colocar os Sobrenomes, sem abreviar. Ex.: José Carlos, Marlene) *
Sobrenome: (Completos sem abreviar. As mulheres casadas devem informar o sobrenome de solteira. Ex.: Campos Azevedo. ) *
Data de Nascimento: (dd/mm/aaaa) *
Sexo: *
Masculino Feminino
Endereço: *
Complemento:
Número: *
Bairro: *
CEP: *
País: *
Estado: *
Cidade: *
Região em que fica seu Estado: *
Fone: (Ex.: 11 0000 9999) *
Renda Familiar: *
1 a 2 salários mínimos3 a 10 salários mínimosmais de 10 salários mínimos
Email:
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Portador
Família (escreva os sobrenomes das várias gerações da família afetada, sem abreviatura)
Região ou país de origem da família afetada (antecedentes familiares)
Qual tipo de ataxia foi diagnosticada em você ? *
AT – Ataxia Telangiectasia – Síndrome de Louis BarAVED – Ataxia por Deficiência de Vitamina EFA – Ataxia de FriedreichDRPLA – Ataxia Dentato-Rubro-Palido-LuisianaEP1/EP2/EP3/EP4 – Ataxia EpisódicaSCA 1 – Ataxia de MarieSCA 2SCA 3 – Doença de Machado-JosephSCA 5SCA 6SCA 7SCA 8SCA 10SCA 11SCA 12SCA17testeDiagnóstico não confirmadoOutras
Tem algum diagnóstico, algum exame que comprove o tipo de ataxia ?
Sim Não
Quais ?
Com qual idade se manifestou a ataxia em você ?
Em que Ano foi ?
Você identificou algum motivo que fez com que a doença efetivamente se manifestasse ?
Descreva suas limitações atuais
Qual atividade do dia-a-dia que você tem mais dificuldade de realizar ?
Faz algum acompanhamento, tratamento ?
Sim Não
Quais ?
Toma medicação para a os sintomas da ataxia ?
Sim Não
Quais ?
Você é filho de pais consangüíneos ?
Sim Não
Podemos entrar em contato para você ser voluntário para possíveis testes e pesquisas ?
Sim Não
Você é cadeirante ?
Sim Não
Qual é sua Alimentação ?
Você trabalha ?
Sim Não
Qual sua ocupação ?
Você tem interesse por trabalhos manuais ?
Sim Não
Por quais trabalhos ?
Como você encara seu problema ?

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Karina Mariano da Cunha Balog

Sou Karina Mariano da Cunha Balog, nasci em agosto de 1976. Convivo com esta doença Ataxia) e todo o sofrimento que ela causa desde criança, através do meu pai. Mal sabia eu que também tinha herdado este mal. Esta doença fez toda a minha família amadurecer e ocupar papéis difíceis de serem ocupados. Vou falar de mim especificamente. Precisei ocupar o papel de provedora e arrimo de família desde os meus 16 anos o que trouxe uma série de traumas. Mal sabia eu que aos 38 anos de idade eu descobriria que também tenho este problema em meu corpo. Foi um grande susto e ajuste familiar. Ainda ando, dirijo, mas me sinto insegura em várias atividades comuns como uma subida, escadas, etc porque perco o equilíbrio com facilidade. Faço musculação três vezes por semana. Tenho esperança e fé que não ficarei inválida como ficou meu pai e tenho fé em aparecer um tratamento a tempo".

Edson Luis a Silva

Meu nome é : Edson Luis da Silva , 49 anos, diagnosticado em 11/2011, com DMJ - SCA 3. Venho com histórico familiar vindo da família da minha mãe . Em 2015 falecida . Também em 2015 perdi meu irmão mais novo também com (DMJ). 
Minha mãe, com 66 anos e meu irmão, com 45 anos. Faço acompanhamento com o setor da neurologia do Hospital São Paulo . E faço fisioterapia no Promove São Camilo . São Paulo. 
Estou iniciando uma participação no Hospital das Clínicas em SP. Trata-se de um estudo com Estimulação Intra Craniana no cerebelo , este procedimento tem por finalidade estimular o mesmo a não atrofiar devolvendo assim marcha e equilíbrio. 
Faço uso de Gabapentina , Fluoxetina , Miosan e Donaren .Estou sentindo muito a perda de equilíbrio , falta de coordenação motora, Minha libido foi a zero , tenho retenção urinária ( Bexiga Neurogênica ). A dor nos membros inferiores é cada vez mais constante e no ultimo mês foi detectada uma tontura constante , é como se meu celebro estivesse solto na cabeça, diplopia, miopia e astigmatismo fazem parte do quadro também. Estou aposentado por invalidez previdenciária (32).

Sivia Mercês Souza Alves

Chamo-me Sivia Mercês Souza Alves, estou com 57 anos e portadora de Ataxia, Tipo 3 DMJ , há 11 anos.

Sou Assistente Social aposentada pelo INSS. Divorciada, tenho dois filhos, sendo um casado e uma filha. Moro com os solteiros, mas fico a maior parte do tempo sozinha. Fiz Reabilitação Física no Sarah de São Luís de 2005 a 2012, pelo TFD (Tratamento Fora do Domicílio).

Como auxílio, uso Andador adaptado e cadeira de rodas quando a situação exige, pois em pé perco muito o que equilíbrio.
No banho, utilizo cadeira.
Tenho recorrentes dores lombo-dorsais que pioram minha qualidade de vida. Estou fazendo tratamento.
No estado em que me encontro, não creio em planejamentos longos. É viver um dia de cada vez. Deus no comando!

Gean Patrick Guimarães

Meu nome é Gean Patrick Guimarães tenho 41 anos. Moro em Curitibanos SC. Tenho ataxia de Friedreich  há 18 anos e sou cadeirante há 17 anos , jovem senhor solteiro muito feliz com poucas limitações, porém existem, mas vivo bem.

Miqueias Silva de Jesus

Meu nome é MIQUEIAS SILVA DE JESUS,  tenho 32 anos, sou natural de Porto Rico do Maranhão, e atualmente moro em Divinópolis- MG.

Tenho ataxia desde que me entendo como pessoa. Minha ataxia não foi herdada de meus  pais é uma ataxia  esporádica (ataxia sem uma causa aparente), mas só foi diagnosticada há 5 anos atrás no Sarah São Luís-MA.













Portanto, desde a infância, venho sofrendo com o meu "sem jeito" de fazer as coisas mais simples, como ter EQUILÍBRIO etc...
Não tive muitos problemas com o preconceito. Eu mesmo tentava evitar,  não querendo demonstrar à sociedade. Mas isso só me prejudicou, pois entrei em uma depressão desde então, e hoje luto pra sair, depressão leve.

Como morador de Porto Rico do Maranhão,  tive uma vida um tanto normal, porém com algumas dificuldades. No entanto, conseguia ir para o colégio normalmente, pontualmente e com muita dedicação. Comecei na faculdade de pedagogia em 2006. Passei, mas desde esse momento já notava dificuldades na escrita e achava que era um estilo próprio, mas já era a ataxia manifestando-se, e comprometendo minha "coordenação motora fina".

Logo fui obrigado a deixar a faculdade, porque me apareceu uma tontura forte e essa tontura me afastou das minhas atividades de estudante. Foi então que comecei a procurar tratamento médico bem urgente para mim. Comecei pelo CRÁS de Porto Rico do Maranhão. Lá, o psicólogo falou pra mim e para minha mãe que eu tinha um problema NEUROLÓGICO e não MENTAL.  Então fui encaminhado para outra cidade e outro CRÁS. Também lá a médica me receitou AMÍTRIL e VERTIX, para labirintite, mas esses medicamentos só me fizeram mal, e ao levar o resultado do medicamento, a médica logo percebeu que estava errada a medicação e me encaminhou a um neurologista em São Luís do Maranhão e fui com minha mãe. Chegando em São Luís me pediram uma tomografia e uma ressonância.

Então viram que meu cerebelo estava atrofiado "característica de quem tem ataxia". Fui a um neurocirurgião, mas não havia “nada a fazer”. Depois fui a uma médica que me prescreveu remédio para parkinson, foi outro insucesso, mas continuei com outros neurologistas, tomei outros medicamentos para tontura e ataxia, mas nada fazia melhorar. Tomei Etna, Flunarim etc...
Enfim, entrei no Sarah de São Luís por indicação dos neurologistas, no Sarah fui entender que os meus problemas não teriam tantos recursos pela medicina, e foi então que parei de procurar tratamento pois já não havia muito a ser feito. Desde então continuei só com a fisioterapia e outros tratamentos cotidianos.
Hoje sei que como a "ataxia espinocerebelar" não tem cura e isso me faz mais dependente de Deus e somente Ele que cura todas as nossas dores...
Hoje estou bem consciente que tudo passa...e com Deus, com minha família e minha namorada continuo, bem a vida...
Este foi um rápido relato do meu viver com ataxia.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Sirlei Bronzatti

DEPOIMENTO SIRLEI DOS SANTOS BRONZATTI





















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(JÚLIO DE CASTILHOS)

Eu me chamo Sirlei dos Santos Bronzatti, tenho cinquenta e oito anos, nasci numa pequena cidade no interior do RS, Júlio de Castilhos. A cidade não possui grande infraestrutura, mas é bastante receptiva possui cerca de vinte mil habitantes.
Quando eu era mais jovem, ainda somente com o primeiro filho: o Vinícius, aos vinte e poucos anos, trabalhava em Tupanciretã, outra pequena cidade e vizinha a Júlio de Castilhos,distante cerca de 45km. Diariamente eu me deslocava, num fusca, para cumprir meu expediente, meu marido na época trabalhava no Banco do Brasil em nossa cidade.

(FILHOS)
Possuo três filhos, dois meninos, o mais velho é o Vinícius, depois veio o Marcel e uma menina, a caçula Gabriele. O divórcio fez com que eu assumisse os papéis de pai e mãe, com grande e fundamental ajuda de minha mãe que morava na nossa rua, três casas abaixo. O divórcio aconteceu por motivo de alcoolismo de meu marido, não foi possível ajudá-lo, apesar das inúmeras e incansáveis tentativas. Infelizmente,a solução encontrada para minimizar o sofrimento de toda a família, principalmente das crianças, foi a separação. Mantive o sobrenome do ex marido, pois uma de minhas, digamos que “reclamações”, com minha querida falecida mãe era exatamente em relação ao meu nome, já que não gosto do primeiro e o sobrenome ficaria “Santos dos Santos” caso eu tirasse o último adquirido e isso eu não queria.

(FINANÇAS)
Sou funcionária pública federal, com função administrativa, trabalhei por vários anos no antigo INAMPS, hoje INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), na cidade de Júlio de Castilhos. Na época em que me separei, tive que lutar bastante para manter o padrão de vida que levávamos e de alguma maneira oferecer uma boa infância e adolescência aos meus filhos. Financeira e sentimentalmente sempre contei com o apoio de minha mãe, ela me emprestava valores quando necessário, eu sempre a pagava e não contava esforços para ajudar na criação das crianças. Logo após a separação foi um período bastante difícil, tive uma fase depressiva, acabei me endividando com bancos e lojas e precisei muito do apoio de minha mãe, o que na época eu mesma nem notava devido ao stress. Para minimizar a falta do salário do meu ex marido, que não estava mais no Banco do Brasil e, portanto, nunca teve condições de pagar pensão alimentícia, eu incrementava minha renda do serviço público com trabalhos manuais, fiz muitos trabalhos em ponto de cruz, bonecas de pano, houve uma época em que eu e uma prima tentamos abrir um negócio próprio, mas não durou muito tempo, pois não tínhamos experiência administrativa no comércio.

(SAÍDA DE CASA DOS FILHOS)
A cidade de Júlio de Castilhos não possuía curso superior (hoje há na cidade um Instituto Federal com alguns cursos) e tampouco possibilidade de bons empregos na iniciativa privada para meus filhos e, por consequência disso, o primeiro a sair de casa foi meu filho mais velho, o Vinícius. Ele saiu de casa para seu primeiro emprego na cidade de Santa Maria, onde foi militar por um tempo. Mais tarde começou a namorar minha nora, que é da cidade de Cruz Alta, onde ele foi morar e iniciou faculdade de Administração. Os dois casaram em Uberlândia, Minas Gerais, onde moram atualmente e tiveram o Gabriel, meu netinho lindo de dois aninhos.
A próxima a sair de casa foi a caçula, Gabriele. Ela começou um curso técnico em administração na Universidade Federal de Santa Maria logo no ano em que finalizou o ensino médio. Ela decidiu por cursar o técnico pois naquele ano não conseguiu entrar na faculdade e não pretendia permanecer morando em Júlio de Castilhos por mais um ano. EM 2005, no ano seguinte à mudança, ela iniciou o Curso, no qual ela hoje é formada, de Engenharia Civil, juntamente a outro técnico, em Segurança do Trabalho, todos na mesma Universidade (UFSM). Ao morar em Santa Maria e ocupar o apartamento que era do pai, para fins de estudo e sobrevivência, seu irmão do meio, o Marcel, resolveu tentar a sorte em empregos e dividir apartamento com ela, ex namorado dela e amigos. Ele começou seu primeiro emprego, no Mac Donalds, onde conheceu minha nora, Fabiana e com quem teve minha primeira neta, a Maria Eduarda, hoje com nove anos. Em meio ao início dos estudos na faculdade, meus filhos tiveram uma briga feia (Gabbi e Marcel), foi quando, a pedido de minha filha, decidi morar com eles e meu ex genro, para tentar apaziguar a situação.
Solicitei transferência no trabalho, fui cedida ao ministério da saúde, órgão gerido pela prefeitura municipal e minha mudança para Santa Maria aconteceu no ano de 2005 e foi quando começou a manifestação de minha ataxia. De início eu mesma não sabia o que eram os sintomas que eu estava enfrentando, só tinha conhecimento de que era alguma doença hereditária, pois minha avó paterna teve e meu pai também.
(PRIMEIROS SINTOMAS DA ATAXIA)
Em Santa Maria, eu gostava de ir a pé até meu trabalho, até mesmo para sair do sedentarismo de alguma forma. Até que numa determinada manhã, dia em que eu estava com os sintomas da doença bem evidentes, andava cambaleando, mas não liguei para o fato e continuei meu deslocamento para o trabalho. Até que ouvi um rapaz qualquer se dirigindo a mim com um comentário do tipo: “Mas a essa hora da manhã e a senhora já tomou todas?!” (Sugerindo, obviamente, que eu estava bêbada). No momento que ouvi tamanha besteira, voltei para casa chorando, envergonhada de minha situação e foi o último dia que fui até meu trabalho a pé. Decidi afastar-me, solicitando auxílio doença.
Em 2010 minha filha formou-se e foi morar em Porto Alegre, para estagiar. Ficou lá por mais um ano e meio aproximadamente, em outro emprego. Ela retornou à Santa Maria para ajudar-me e por questões particulares, na época uma fase bastante complicada, houve a perda de minha mãe, que para ela significava uma “segunda mãe”, pois de fato, minha mãe ajudou muito na criação de meus três filhos.
Meu período em auxílio doença perdurou por três anos com constantes avaliações de médicos peritos. Consegui me aposentar por tempo de serviço, minha filha e meu filho do meio ajudaram bastante nas idas aos médicos, tanto particulares quanto no médico do trabalho para perícias. Nesta época meu filho mais velho já estava morando em Minas Gerais, Uberlândia, para onde foi em busca de novo emprego, com sua esposa. A Gabbi morou comigo em parte deste período, trabalhava numa construtora próxima de nossa residência e ministrava aulas à noite em bairro distante. Ficou comigo, em Santa Maria, até 2013, ano em que ela passou em Concurso da Força Aérea Brasileira, e, para assumir a vaga, teria que mudar-se novamente para Porto Alegre.
No ano em que a Gabbi mudou-se definitivamente, após o período de treinamento militar, início de 2014, eu decidi morar em Minas Gerais, próxima ao meu filho mais velho, nora e neto, para não ficar em uma cidade sozinha, longe de toda a família, já que meu filho do meio já estava morando com a família em Santa Catarina e, ainda não estava estabilizado financeiramente. Hoje moro só, em apartamento próprio. Faço uso cadeira de rodas há aproximadamente dois anos e, há uns 12 anos esta ataxia começou a manifestar-se com os primeiros tombos, comecei a caminhar como se estivesse bêbada.

(HISTÓRICO FAMILIAR)
Meu pai tinha sete irmãos, eram ao todo em oito, portanto. Destes, além dele, dois irmãos e uma irmã também tiveram a doença, isso dá um total de 50% entre eles, hoje todos falecidos. Meu pai faleceu sem saber qual era aquela maldita doença que o levou ao final da vida em cima de uma cadeira de rodas e depois, somente ficava na cama, sendo minha mãe uma santa que esteve ao lado dando todo o suporte o tempo todo, até o término da vida de meu pai aos seus 64 anos, sem diagnóstico correto.
Hoje sabemos que a doença de meu pai tratava-se de uma Ataxia, especificamente a “Doença de Machado Joseph”. Em meu histórico familiar da doença, além dos tios e pai, tenho uma única irmã três anos mais velha que eu e três primas (uma já falecida) com a mesma Ataxia.
(DESFECHO)
Os trabalhos manuais que eu fazia, além de acrescentarem renda mensal, serviam para minha distração, eram hobbies, que aos poucos tiveram que ser deixados de fazer, devido à doença. Além, é claro de outras privações que fui absorvendo com o decorrer do tempo: viagens, direção de motocicleta e carro, namoros, etc. Porém, muitas coisas boas aconteceram depois que fui morar em Uberlândia: conheci muita gente com a mesma doença, pessoal alto astral, que fazem parte do grupo: “Juntos venceremos”, onde encontro afago, diversão e verdadeiras amizades. Outro ganho excelente que tive, já neste ano de 2016, foi a oportunidade de usufruir dos benefícios da AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente – que hoje se estende não somente a crianças, mas a diversas pessoas com deficiências e outras atividades que não somente a reabilitação física. Lá tenho apoio psicológico, realizo atividades físicas como a hidroginástica, fisioterapia, fonoaudiologia, dentre outros. Meu deslocamento até à AACD já considero uma vitória, com o empurrãozinho de minha “anja da guarda”, a Josefa. Sem a ajuda dela, eu não conseguiria tomar ônibus toda a semana, afinal as calçadas da cidade estão, em grande parte, em desacordo para utilização de cadeirantes e o uso diário de táxi não se enquadra ao meu orçamento mensal, além, é claro, de me auxiliar em trocas de roupas, banhos e ser bastante pró-ativa, sempre preocupada com minhas necessidades.
Enfim, hoje eu agradeço imensamente o apoio de minha família – sem meus filhos eu não teria nem mesmo a adaptação a cadeirantes executada em meu apartamento (minha filha projetou, meu filho mais velho correu atrás e acompanhou a execução) – além é claro do apoio incondicional dos  três para que eu não desista nunca. E a simples existência deles e netos, motiva e amplia minha ambição em viver muito mais e muito melhor sempre. A eles: meu MUITO OBRIGADA.
Minha querida e amada mãe, apesar de não estar mais entre nós, me inspira. Ela faz com que a lembrança da pessoa que foi em vida, e sempre será em meu coração, me guarneça. Foi uma grande e forte mulher, suportou e enfrentou com vigor uma diversidade de percalços, sempre esteve ao lado de meu pai, sem saber sua doença e o que fazer, ela dava seu jeito, cuidava com a força e o amor de esposa e mãe, chorando às escondidas, nunca esmorecia aos nossos olhos. Quando a doença acometeu a mim e minha irmã ela foi forte o suficiente para chorar sozinha e nos confortar, fazer rirmos de quaisquer bobagens diárias para nos incitar a luta pela alegria de viver. Sua pujança me parecia interminável, sua assistência para com meus filhos sempre foi irrestrita e, principalmente em minha fase depressiva, fez toda a diferença para a despertar a dignidade e honestidade dos três. A Ela: meu MUITO OBRIGADA.
Posso dizer com certeza que fiz grandes e sinceros amigos do grupo “Juntos Venceremos”, eles mudaram bastante minha visão de mundo e hoje sorrio, aceito e me divirto mais. Graças ao convívio com eles, mesmo que virtualmente, estou em minha fase mais vibrante e esperançosa de minha vida pós sintomas da ataxia! A Josefa veio para expandir minhas possibilidades de conquista diária nesta luta. A eles: meu MUITO OBRIGADA.

A peleja faz parte de meu cotidiano, a adaptação aos novos e contínuos sintomas também. Cada dia é um dia, cada tombo é um tombo... deles eu levanto e hoje sou uma mulher muito mais confiante, calejada, sofrida e por vezes com hematomas, mas otimista e com perspicácia de que JUNTOS VENCEREMOS!

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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Leci Oliveira Fiuza

Sou Leci Oliveira Fiuza, de cruz alta Rs. Tenho 57 anos e tenho ataxia.
Meus primeiros simtomas apareceram com 47, mas faz uns 4 anos q perdi bem o equilíbrio, minha voz está diferente.
Não  sou cadeirante, mas agora estou usando andador para ficar mais independente
Herdei a DMJ da família da minha mãe. Somos em 4 filhos, apenas 1 não teve.

Até meus 50 não parava em casa, saía sempre pra dançar, coisa que hoje não faço mais.
Tenho uma filha maravilhosa que me ajuda em tudo.Só quero falar pras pessoas que estão com ataxia: com a ajuda de alguém podemos fazer muitas coisas, por isso não deixem de fazer. Faço pilates, fono e vou no psiquiatra.
Olha eu fui até a praia e com a ajuda da minha empregada brinquei até na água.
Por isso digo,JUNTOS VENCEREMOS. 








quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Aniversário da cadeira

02.02.2009, como esquecer o aniversário de uma coisa que se ama?  Sim, essa data acordei mais cedo arrumei e fui pra faculdade, primeiro dia da faculdade e com ela a chance de outra vida, com a mais nova companheira , o que tinha certeza que me limitaria me fez conhecer o mundo de um jeito que sem ela seria impossível, me fez dar valor  às pernas mesmo sem andar. E e sentir dor no braço de tanto andar . Penso nos que reclamam de tudo. Geralmente pessoas que têm tudo.
Aquele dia não tem como esquecer. A nova sensação de vento balançando cabelo. Passar no quebra - molas...  que delícia.
Chegar na porta da faculdade, e pensar : "hoje é primeiro dia de aula eu não vou entrar , amanhã eu volto. Quando penso que não entrarei,  o porteiro da faculdade aproxima e diz: "Entra moça". Entrei pensando o que estariam pensando de mim. Levantei a cabeça, e fui com sorriso de orelha a orelha, o coração em pedaços. De volta pra casa, um carro passa e mexe comigo, parece que foi combinado .  Percebi que o fato de estar na cadeira só facilitava minha vida. A cadeira de rodas não me fez menos que ninguém. Ao contrário ,  me fez mais. Senti a liberdade nunca vivida antes, aprender que tudo tem seu lado bom, inclusive ser cadeirante. 
Quando vejo alguém andar com dificuldade na rua, penso: "Se soubessem a maravilha que é a cadeira de rodas, nunca mais andariam assim na rua. Se eu soubesse os tombos que poderia ter evitado, tinha começado a usar bem antes. Ao mesmo tempo, eu penso : será que eu teria tantos problemas com a saúde ? São questões que nunca saberei dizer. 
N foi fácil, eu levei meses pra assistir aula sentada na minha cadeira , não sei o motivo mas acho que por negação lembro que parava a cadeira perto da carteira levantava e sentava na carteira . 
Tudo tem seu tempo né?  Respeito o meu 
Não arrependo dessa escolha.  Faria tudo outra vez . Feliz aniversário, Cadeira. .. anos juntas. Obrigada

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Entenda a nova Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência

Comemoração no plenário Senado pela aprovação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com DeficiênciaComemoração no plenário Senado pela aprovação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI - Lei 13.146/15), antigo Estatuto da Pessoa com Deficiência, entrou em vigor e, 2 de janeiro de 2016.
A legislação traz regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades das pessoas com deficiência, porém ainda necessita de regulamentação em alguns artigos.
Para a superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), Teresa Costa D´Amaral, alguns artigos são autoaplicáveis. Ela também fala da nova definição da pessoa com deficiência: “essa definição foi modificada com a nova lei, no sentido de ampliar quem são as pessoas com deficiência", diz.
A nova legislação considera a pessoa com deficiência “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.
Segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem cerca de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência.
“Se as pessoas com deficiência não se juntarem para cobrar, como em todos os movimentos sociais, vai ser muito mais lenta essa mudança de aplicação da nova lei”, diz.
Teresa Costa D´Amaral aconselha as pessoas com deficiência a lutarem pelos seus direitos e a não aceitarem a exclusão.





Entenda-a-nova-lei-brasileira-de-inclusao-da-pessoa-com-deficiencia


Lei Brasileira sobre inclusão