quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Engasgos. Como evitar e como resolver

PRISCILA NATIVIDADE

Quando alguma coisa, que deveria descer pelas vias normais, pega o caminho errado e acaba indo pela traquéia e não pelo esôfago, a passagem de ar para o pulmão fica prejudicada, obstruída por esse objeto, alimento ou ainda reação alérgica, virótica e bacteriana. Se alguém coloca a mão no pescoço e começa a ficar vermelho, entra logo em pânico, apresentando dificuldades para respirar. Nesse caso o socorro deve ser rápido e urgente, já que possivelmente ele deve estar engasgado ou asfixiado. Os engasgos e as asfixias podem matar em cerca de três a quatro minutos pela falta de oxigenação no cérebro, caso as medidas certas não sejam tomadas imediatamente.

Medidas simples, que envolvem técnicas e procedimentos que qualquer um pode aplicar e salvar a vida daquela pessoa. Nesse sentido, o Dr. Guilhardo Fontes, presidente da Sociedade de Pneumologia da Bahia e professor adjunto da Escola Baiana de Medicina, destaca a importância de se conhecer esses métodos e saber como agir. “O mais importante é salvar aquela vida, porque não dá tempo de chegar até uma unidade de emergência”, ressalta o pneumologista. 

Logo de início é necessário observar se a vítima está engasgada ou asfixiada, já que são coisas diferentes. “Na verdade, asfixia é quando o ar não consegue passar pela traquéia. E no engasgo o ar passa com dificuldade. Então na asfixia a pessoa não pode falar, enquanto no engasgo ela ainda consegue dizer alguma coisa”, explica Fontes. Os dois tapas nas costas com o corpo inclinado para a frente é ainda a primeira opção. Mas se essa ação não resolver, deve-se partir para um procedimento conhecido como “Manobra de Reinsch”, em que o indivíduo pega a vítima por trás, inclina o corpo dela para frente e aperta a cintura, entre o tórax e o abdômen, num movimento forte e intenso para cima. Essa pressão termina colocando para fora o que ele engasgou.

Caso a situação se agrave e o socorrido desmaie, apresentado um estado de inconsciência e perda de sentidos, não desista. É aí que entra em cena a respiração boca a boca. “A primeira coisa que você tem que fazer é fracionar o pescoço da pessoa para as vias áreas ficarem mais permeáveis. Então, você prende o nariz dela e começa a respirar. Se ela tem uma parada respiratória é necessário começar a puxar o ar e soltá-lo. Depois você pede a alguém para dar uma comprimida no tórax da vítima para esse ar que você colocou possa sair. Isso ajuda a desobstruir e a mantém oxigenada até chegar a um hospital”, ensina o médico.

Quando alguém se engasga é comum oferecer água. Porém, de acordo com Dr. Guilhardo, essa não é a melhor opção: “Deve-se evitar dar água porque a pessoa pode vomitar e acabar aspirando mais aquilo e a situação complicar. O objetivo é colocar para fora, então não se justifica ingerir nada se a vítima estiver engasgada”. O médico chama a atenção ainda para algumas medidas simples, que podem impedir esse tipo de transtorno, como mastigar bem os alimentos, comer sentado com calma, principalmente se tratando de crianças e idosos, já que esses são mais susceptíveis ao engasgo, além de ter conhecimento se possui ou não alergia a uma ou outra substância.

Mais uma vez, o pneumologista insiste no domínio das técnicas de primeiros-socorros em casos de engasgos e asfixias. “É um tema pouco discutido e lembrado, mas as pessoas precisam ter a idéia do que fazer numa situação como essa.” O imediatismo da reação de quem socorre faz a diferença: “Todo mundo deveria ter conhecimento disso para evitar que tantas vidas vão embora por nada. Muitas vezes são pessoas saudáveis que poderiam ser salvas e não são por falta de informação quanto como proceder numa situação de emergência”, completa.


Fonte:http://empregos.atarde.com.br/engasgos.htm

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